27 janeiro 2014

Reunião do Conselho Deliberativo - Votação do Orçamento 2014




Apenas 39 conselheiros estiveram presentes na reunião

A reunião do Conselho Deliberativo da última sexta, dia 24/01, era, na verdade, uma continuação da reunião do dia 10/12/2013. Durante o encontro, ficou decidido que era necessário a elaboração de um novo orçamento, seguido de outro parecer do Conselho Fiscal, já que, por exemplo, ainda não havia a certeza da participação do clube na Taça Libertadores, bem como a definição de todos os patrocinadores.

Entretanto, mesmo com esse assunto importante para ser discutido, foi uma das reuniões mais esvaziadas que presenciamos em muito tempo. Apenas 39 conselheiros votaram e somente o vice-presidente administrativo, Daniel Pereira, esteve presente representando o Conselho Diretor.

Infelizmente, nós, do Botafogo Sem Medo, chegamos um pouco tarde na reunião, perdendo o seu início. O restante está aqui abaixo. Temos que ressaltar também a péssima qualidade do sistema de som utilizado nas reuniões, que dificulta demais o entendimento dos pronunciamentos.

Acreditamos que uma maior presença dos sócios nas reuniões estimule a participação dos conselheiros e qualifique o debate. Com esse pensamento, o Botafogo Sem Medo protocolou na sexta um requerimento para que as pautas de convocação e atas das reuniões sejam divulgadas no site oficial e nas mídias sociais do clube (clique no link e leia mais).

19:50: Carlos Eduardo, líder do Mais Botafogo, encerra sua dissertação sobre os pontos de discordância ou dúvida do novo orçamento enviado aos conselheiros. Critica gastos excessivos com itens como advocacia e viagens, dentre outros. Reclama que ninguém da diretoria do clube esteja presente.

Carlos Eduardo vota pela não aprovação do orçamento e solicita que o Conselho Diretor envie para apreciação do Conselho Deliberativo os termos do contrato com a Telex Free.

19:55: Alberto Macedo explica alguns detalhes. Defende os gastos com advocacia e diz que o Botafogo é o único clube com apenas 5% de penhoras da Receita Federal.

19:58: André Barros, do Movimento Carlito Rocha, diz que veio para aprovar o orçamento. Afirma que esta diretoria tem investido muito nas divisões de base e que nunca a divisão de base teve tanta atenção.
Mas concorda com o conselheiro Carlos Eduardo que "é um absurdo que ninguém da diretoria esteja presente para discutir o orçamento".

Critica também o fato de um presidente de clube não ser remunerado, que ninguém pode ficar três anos sem receber nada. Diz que não acredita em "investidores", pois "na época do capitalismo ninguém dá nada de graça". 

Pede mais transparência nos contratos com a Telex Free e com a televisão, por exemplo. Ressalta que a crítica é geral, não específica, e que está criticando o sistema como um todo.

Defende novamente que o presidente do Botafogo seja remunerado.

20:03: Alberto Macedo diz que já viajou com o presidente para Brasília, por exemplo, e não pagou as viagens. Ainda em réplica à fala de Carlos Eduardo, diz que o clube arca com as despesas, pois estas pessoas estão viajando para tratar dos interesses do Botafogo e, dependendo do que estiver sendo feito, o valor é até "módico". Diz que é preciso direcionar esforços para assuntos mais importantes, e que isso é detalhe.

Alberto Macedo lembra que, graças aos esforços do Departamento Jurídico, o Botafogo é o único clube que tem a taxa de 5% de penhoras de dívidas federais em sua receita, dando a entender que os demais clubes possuem taxas mais altas.

20:05: Edson Alves, do Mais Botafogo, retoma o tema da transparência levantado pro André Barros, do MCR. Compara com o flamengo, em que esse tipo de contrato necessariamente passa pela aprovação do Conselho Deliberativo, e que o Estatuto do Botafogo não prevê isso.

Sugere uma reforma do estatuto para atender a este ponto e a alguns outros. Diz que o Estatuto em sua última reforma trouxe avanços importantes, mas que é preciso evoluir sempre. Critica o baixíssimo quórum numa votação tão importante quanto essa. Acredita que, sendo uma obrigação estatutária a apreciação do contrato, estas discussões sobre transparência não ocorreriam.

20:08: Carlos Matos, do Mais Botafogo, fala sobre o números de sócios do Botafogo. Diz que, na época em que foi diretor (2009), havia cerca de 1,5 mil sócios para uma receita de 150 mil mensais, e que hoje ouve falar em mais de 3 mil sócios mas a receita no orçamento é a mesma.

Diz que é divulgado no "Movimento por um Futebol Melhor" que o Botafogo teria cerca de 12 mil assinantes do Sou Botafogo e que a conta a partir desses números não confere com a do orçamento. Diz que o presidente alega que triplicou o número de sócios, mas que isso não se reflete no orçamento.

Destaca que há uma rubrica solta de 8 milhões de fluxo de caixa. Pergunta se esse valor seria o referente à Telex Free.

20:10: José Victor compara o previsto e o realmente executado no futebol em 2013. Diz que o previsto eram 89 milhões e o executado foram quase 144 milhões, com variação de 62%. Para 2014 a receita prevista para o futebol é de 83 milhões, o que considera estranho porque a classificação para a Libertadores deveria elevar o valor, e não diminuir, e põe em dúvida também o quanto será executado, uma vez que os valores previstos e executados nunca conferem.

20:13: Arnaldo, representante do Conselho Fiscal, diz que o clube tem previsão de superávit operacional para o ano corrente, mas que sofre com problemas de gestões anteriores. Discorre sobre questões estatutárias e alguns números. 

Diz que o Conselho Fiscal recomenda a aprovação do orçamento, com a ressalva da discordância do conselheiro Edson Alves, que vota contra, quanto à metodologia.

20:17: Orçamento é posto em votação. Muitos se levantam contra. Os não conselheiros são convidados a se retirar. 

Em nova votação, o orçamento é aprovado por 22 votos a favor e 17 contra.

20:20: posto em votação o item E da pauta, sobre autorização para antecipação de receitas. Aprovado.

OBS: Esse foi o momento no qual nós retornávamos para a reunião. A antecipação de receita, nesse caso, é uma manobra comum, e que permite ao clube, com a aprovação do Conselho Deliberativo, antecipar 1/12 da receita do ano seguinte.

20:23: item seguinte da pauta, Assuntos Gerais. Edson Alves fala sobre o conselheiro Braz Pepe, que está internado.

20:25: Antonio Carlos Mantuano, ex-vice geral de Maurício Assumpção, sugere o título de benemerência para D. Teresa, a senhora que doou os terrenos de Jacarepaguá para o Botafogo.

20:29: Carlos Eduardo, do Mais Botafogo, discorda de André Barros do MCR, quanto à sugestão do presidente ser remunerado. 

Carlos Eduardo diz que isso é contra a lei e contra o Estatuto do clube. Diz que não se espera hoje que um cidadão seja presidente em horário integral, largando suas atividades, a menos que seja milionário. E que se houvesse remuneração, deveria haver um sistema de cobrança. Que o presidente tem de saber montar um ótima equipe técnica, para darmos um salto qualitativo, ou ficaremos na mediocridade. Explica que os grandes executivos delegam a grandes técnicos o cotidiano das corporações.

20:32: André Barros, do MCR, diz que tem divergências ideológicas com Carlos Eduardo, faz críticas ao capitalismo, diz que não acredita em bilionários, e que um presidente remunerado com cerca de 20 mil por mês seria melhor e mais confiável do que um bilionário. 

Reclama que o sistema brasileiro de presidentes não remunerados é absurdo, e cita o exemplo do presidente do Barcelona, que teve de renunciar, enquanto nada aconteceu com os dirigentes brasileiros envolvidos na mesma negociação. Diz que é uma vergonha o cidadão ficar lá três anos sem ganhar nada.

Diz que há décadas ouve todos repetirem que a culpa é da gestão anterior. Faz questão de ressaltar que não é uma crítica ao presidente atual, mas ao sistema.

20:37: Conselheiro Luiz Felipe Novis, Mais Botafogo, diz que concorda que o sistema deva ser modificado, mas que o Estatuto e as leis amarram uma série de questões que não podem ser feitas de forma diferente. 

Defende a mudança de Estatuto para que troquemos um "sistema presidencialista absolutista" por um "parlamentarismo", com os sócios elegendo um conselho, cujo presidente seria também o executivo do clube, com remuneração proporcional aos resultados obtidos. Hoje muitas despesas operacionais são mascaradas e aparecem futuramente, prejudicando o patrimônio líquido. 

Diz que é inaceitável a assinatura do contrato com uma empresa como a Telex Free sem consultar o Conselho Deliberativo.

Encerrada a reunião

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