De olho em Volta Redonda, mas com a cabeça em Quito

Botafogo é o atual campeão (Foto: Satiro Sodré / Agif)

Após cerca de 40 dias do jogo contra o Criciúma, o Botafogo abre hoje a temporada 2014. 40 dias para férias, representação e pré-temporada, para então emendar numa sequência de 4 jogos em 9 dias, seguida por uma viagem à altitude de Quito, um clássico e o jogo de volta contra o Quito. É o futebol brasileiro. De toda forma, creio que todos estejam com saudades de ir ao estádio ou fazer valer o pagamento do PPV.

Saída em péssima hora de Seedorf, Telex Free, Eduardo Húngaro (o Duda), 40 dias de "mentiras e decepções" dessa diretoria (como diz o amigo Alexandre Ramirez), tudo isso quebra um pouco o entusiasmo e a confiança que estavam muito alta após a tensa classificação para a Libertadores e o sorteio do confronto. Mas não tem jeito. Temos de passar de qualquer maneira pelo Quito. O ano começa após derrotarmos os equatorianos, e pode acabar sem começar se não passarmos.

O Botafogo estreia hoje, às 19:30, em Volta Redonda, contra o Resende e formará com Renan, Lucas, Dankler (André Bahia), Dória e Lima; Gabriel, Rodrigo Souto, Daniel, Renato e Gegê; Henrique.

Temos de tirar o proveito que esses jogos inexpressivos podem nos dar. O de hoje serve para dar ritmo a alguns jogadores e observar outros. Comentários sobre cada um:

Renan: não me passa confiança. Num jogo desses, defende duas bolas daqueles atacantes indigentes de time pequeno carioca e todos elogiam. Chega em jogos importantes nos tira pontos decisivos. Se Jefferson sair após a Copa, não pode ser Renan o substituto.

Lucas: volta de contusão e necessita de jogo. Precisa se recuperar logo, ainda mais que com a saída de Gilberto temos apenas Edílson e o gêmeo genérico que ninguém conhece.

Dankler: jogou pouco no ano passado, mas muita gente aposta nele. Admito ainda não ter uma opinião definitiva. Precisa de mais jogos. Se não jogar entra André Bahia, zagueiro canhoto conhecido por entrar e o time tomar gol, inclusive contra marcado por ele.

Dória: jovem que parece veterano, rodeado de especulações de transferências, só não pode se machucar. Jogador importante para a Libertadores. 

Lima: não tem a menor condição de estar presente no elenco. Mas estamos amarrados a esse elemento por contrato longo. Não conheço o gêmeo genérico, mas duvido que seja pior.

Gabriel: titular absoluto em 2012 e 2013, atrapalhado por contusões no ano passado, nesta temporada o cabeça-de-área precisa disputar vaga. Airton e Bolatti são altos, mais experientes, com bom porte físico, e muitas vezes isso pesa na escolha de um treinador.

Rodrigo Souto: é, tem esse cara, a contratação-deboche da diretoria - bem como a de Hygor. Não pode faltar um infeliz desses que só de ouvir o nome a gente já se revolta.

Daniel: oportunidade para o jovem meia, sobre quem recai boa expectativa e que, dado o desequilíbrio do elenco que carece de meias e velocidade, pode vir a ser bastante utilizado. 

Daniel treina no Botafogo (Guito Moreto / Agência O Globo)

Renato: deve jogar na posição de Seedorf, o que muitos já defendiam. Se for capaz de liderar o time e chamar o jogo, pode ser um inesperado reforço. Na posição dele o Botafogo está com bastante gente, e uma mudança de posição com qualidade nos traria muitos ganhos.

Gegê: jogador limitado, não mais do que esforçado. Que ninguém espere criatividade, jogadas importantes deste jovem. Cabe a Eduardo Húngao, o Duda, arrumar alguma função tática onde ele possa ter utilidade.

Henrique: terá a enésima chance de se portar como algo parecido com um jogador de futebol. 

Hoje é para isso aí que vamos torcer. Do resto do elenco, que também não anima, comentaremos depois.

Às 19:30 estaremos todos de olho em Volta Redonda, mas com a cabeça em Quito.


PS: Na página oficial do clube, há uma entrevista com Eduardo Húngaro, o Duda, comentando sobre o elenco, a estreia, etc.