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Henrique comemora um de seus gols no clássico |
Até os Botafoguenses mais otimistas desconfiavam do time reserva que foi a campo hoje. O time titular do vinha de uma atuação tão ruim contra o Volta Redonda quanto as do reserva nos demais jogos, e em nenhuma das nove rodadas anteriores o time convenceu.
Mas o time que foi a campo hoje não é o mesmo time que enfrentou o Vasco, por exemplo, no dia 02/02/2014, em que formamos com Renan, Alex, Dankler, André Bahia e Anderson; Fabiano, Rodrigo Souto, Renato (Daniel, 26'/2ºT), Octávio (Wallyson, Intervalo) e Gegê (Henrique, 31'/2ºT) e Elias.
Hoje jogamos com Helton Leite; Lucas (Lodeiro, 29'/2ºT), Dankler, Andre Bahia e Junior Cesar; Aírton (Gabriel, Intervalo), Bolatti e Renato; Gegê (Jorge Wagner, 19'/2ºT) e Daniel; Henrique
Há diferenças significativas aí. No time de hoje, dois laterais em condições de serem titulares inclusive em outras grandes equipes, cabeça-de-área mais encorpada com Airton e Bolatti, um Henrique bem mais confiante, a barração de Renan e os titulares no banco para o segundo tempo.
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Renato terminou o jogo como lateral |
Mas o mais importante foi o comportamento. A equipe, talvez pelo amplo favoritismo atribuído ao adversário ou talvez pela motivação extra que toda equipe reserva tem, entrou com muita disciplina tática e determinação. Este ponto é fundamental, pois seja pela Libertadores ou em Moça Bonita contra o Bangu, esse time precisa de muita transpiração sempre. Caso contrário, não ganha nem jogo-treino.
Duda tem méritos. Daniel fez excelente trabalho tático para marcar o lado direito do Fluminense. Renato fechou o lado direito, auxiliado pelos volantes, para conter os avanços de Carlinhos, um dos principais jogadores do adversário. E Gegê jogou pelo meio, encostando o Henrique e marcando a saída de bola por dentro.
Com isso, o Fluminense tinha dificuldades de sair jogando, de chegar à área do Botafogo trabalhando a bola. Com Bolatti inspirado, o Botafogo conseguiu controlar as ações no meio de campo e chegou a ter 61% de posse de bola no primeiro tempo.
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Duda rejeita "nó tático" |
A importância de Bolatti
Se Airton foi mal, pedindo para ser expulso, Bolatti foi o melhor em campo. O argentino foi o grande responsável pela boa posse de bola do Botafogo, pelas viradas de jogo, pelo controle do meio de campo. Foi uma referência para os companheiros e distribuiu bem o jogo. Ao final, foi premiado com um golaço.
E aqui cabe um destaque. Já faz um tempo que dizemos que com a saída de Seedorf, perdemos a referência, o desafogo, o cara para quem os demais chutavam a bola no sufoco. Não temos mais um meia que faça isso. Portanto, precisamos que ao menos um volante jogue. Que receba a bola, vire o jogo, ajude o time a se manter com a bola e auxilie na armação do jogo mais de trás. Gabriel, Marcelo Mattos e Airton não fazem isso. A esperança é Bolatti se firmar e repetir atuações como a de hoje para que possamos ter um bom jogo com a bola contra adversários que marquem bem.
Lucas e Junior Cesar
Hoje o setor mais bem servido do elenco são as laterais. Para quem sofria com os gêmeos genéricos, Lucas e Junior Cesar como reservas são um luxo, ainda mais num elenco que carece de titulares em algumas posições. Lucas conseguiu fazer algumas boas jogadas, correu bastante e não aguentou o jogo até o fim. O Estadual deve servir para que recupere sua melhor forma.
Junior Cesar, por sua vez, foi um dos melhores em campos. Marcou bastante, apoiou bem, chamou o jogo e recebeu muitas bolas. Jogadores experientes são importantes por isso, porque passam tranquilidade aos mais jovens, como Daniel, com quem Junior fez dupla no lado esquerdo.
Helton Leite
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Helton Leite defende pênalti de Fred |
Com 1,96, é um goleiro desengonçado, que não me passa segurança. Causou apreensão em alguns cruzamentos e outros lances isolados. Mas é fato que com Renan não tinha mais clima para jogar, pois nem os companheiros pareciam confiar nele.
O pênalti defendido certamente dará moral a Helton leite, embora tecnicamente não me convença. Lembremos que era o terceiro goleiro do Criciúma e não é um garoto novo, pois já tem uns 24 anos.
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Henrique comemora o primeiro gol |
Aspecto moral
A vitória num clássico é muito importante para o moral da equipe, que agora viaja mais tranquila e confiante para o compromisso na Libertadores. O grupo vinha pressionado pelas atuações muito ruins no Estadual, o que causava preocupações para a sequência da Libertadores.
Não significa que todos os problemas estejam resolvidos, mas serve para mostrar que com aplicação tática, concentração e determinação durante todo o jogo, o time pode enfrentar qualquer adversário de igual para igual, com boas chances de vitória.
Ao mesmo tempo, quebrou o ritmo do Fluminense, que dedicado exclusivamente a esta competição, vinha embalado. Para eles esse jogo era mais importante do que para nós, e uma derrota dessas para o nosso time B é uma pancada forte no ego do arrogante clube da camisa abóbora.
Enfim, o nosso segundo time venceu o time de segunda. Aguardemos agora, se o STJD confirma o resultado...