28 agosto 2014

Caixão 2015: mais prejuízos



Nesta terça-feira, dia 26, foi realizada na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro - Ferj uma reunião do Conselho Arbitral com os clubes da série A. Nesta reunião foi sorteada a tabela do Estadual de 2015.

A péssima fórmula dos últimos dois anos será repetida e o certame vai de 1º de fevereiro a 3 de maio. Ou seja, serão três arrastados meses com os grandes enfrentando doze equipes que sequer se parecem com profissionais, em campos horrorosos, sem despertar o menor interesse do público. Um torneio que hoje não prepara os clubes grandes (diferentemente do Paulista, em que as equipes menores tem qualidade) e não serve nem para garimpar talentos, dado a indigência técnica dos clubes daqui.


Fonte: Ferj


Fórum de debates

Percebendo que dificilmente esse campeonato pode ficar pior do que já é, a Ferj anunciou a criação de um "fórum de debates" para debater melhorias na competição:

Com o objetivo de se criar oportunidades de debates sobre o Futebol Carioca e, através de temas específicos e grupos de trabalho, estruturar propostas de melhorias e possíveis mudanças na cadeia produtiva do negócio, a FERJ criou fórum de debates sobre o Campeonato Carioca. Fórum este, que terá seu início no próximo dia 09, com os seguintes temas:
- Horário das partidas (9 de setembro);
- Preços dos ingressos (11 de setembro);
- Promoção do campeonato na mídia (15 de setembro) ;
- Condições dos estádios (16 de setembro).

Dos pontos citados, o mais importante é o ingresso. Num torneio fraco, de baixo apelo, o preço do ingresso deve ser muito baixo e a venda deve ser a mais simples e fácil possível. Mas há outros problemas graves, como a fórmula e o número de clubes. 

O presidente da Ferj, Rubens Lopes, comemorou o maior período de pré-temporada e abriu possibilidade de redução do preço de ingresso e de diminuição do número de clubes, de acordo com o Globoesporte.com:

- Conseguimos dar os 30 dias de férias e mais o mês todo de janeiro de pré-temporada aos clubes. É um avanço - destacou o presidente da Ferj, Rubens Lopes.
- Não disse que vou diminuir (o número de clubes). A segunda fase teria 12. É uma sugestão - disse Rubens Lopes.
- É histórico: tem havido declínio da presença de público. Então, temos de corrigir isso. Mesmo que a bilheteria não seja a maior fonte de receita dos clubes e que ela esteja na audiência da TV. Agora, um espetáculo sem público é frio. Acho que o caminho está em algumas medidas tomadas pelos clubes no atual Brasileirão. Quem reduziu o preço dos ingressos, lotou o estádio. É o que vamos discutir – disse o presidente.


Código de conduta contra "ações deletérias"

 Por outro lado, segundo o Lancenet, a Ferj pretende também criar um "código de conduta e punições" para prevenir "ações deletérias":

A Ferj tem notado e reclamado da postura indiferente dos clubes em relação ao Carioca, como pelo fato de não terem cerimônia em cobrar caro pelos ingressos e usarem a competição como laboratório para usar times mistos ou reservas. Para a entidade, os grandes não têm cumprido o papel pelo qual, através das cotas de televisão, são bem remunerados.
O código de conduta foi um exemplo tirado da CBF pelo presidente da Ferj, Rubens Lopes. A entidade que manda no futebol nacional fez os clubes assinarem um compromisso de não aliciarem jovens jogadores um dos outros. Rubinho então aproveitou para replicar a ideia, sugerindo a extensão dos efeitos para outras situações, mas sem detalhá-las no conselho arbitral de ontem, nem revelar qual será o órgão fiscalizador. Na apresentação, Lopes se limitou a pedir “compromissos com a competição, ações positivas” e prevenção às tais “ações deletérias”.

A Ferj continua querendo impor aos clubes grandes a obrigação de financiar os clubes pequenos e a própria Ferj. Os clubes investem alto para montar elencos competitivos e perdem três meses do ano colocando seus jogadores nessa competição deficitária de baixo nível técnico.

É incrível que os clubes continuem aceitando pagar 10% de taxa Ferj inclusive em jogos nacionais e internacionais, que aceitem bancar os jogos contra os times menores, que aceitem pagar para jogar a esmagadora maioria dos jogos do Carioca.

E o pior: os próprios clubes grandes aceitam esse tal estudo para evitar "ações deletérias", tais como utilizar times reservas ou aumentar o preço do ingresso. Ora, agora antes de escalar o time, vão ter de pedir autorização ao Rubinho para saber se pode ou não barrar um titular? Se houver jogo da Libertadores no meio de semana e dois dias depois um jogo em Macaé, se o clube grande usar reservas estará cometendo uma "ação deletéria"?

Seria bom que os grandes clubes dessem agora a devida atenção às inúmeras bizarrices do Estadual do Rio. Mas não é o que acontece. Os clubes grandes aprovam tudo, concordam com tudo, e no ano que vem vão reclamar da tabela mal feita, dos jogos deficitários, dos públicos quase nulos no verão carioca, dos custos, das más arbitragens, etc.


Jogo de cena na eleição da Ferj

Lembremos que em março houve eleição na Ferj, e no dia da eleição três dos quatro grandes clubes subitamente se deram conta de que Rubens Lopes é um mau presidente e fizeram um jogo de cena "pelo bem do futebol carioca". Como escrevemos à época, tudo não passava de hipocrisia motivada por política interna em cada clube, o que é comprovado pela passividade atual. Houvesse mesmo algum objetivo de mudar alguma coisa no Rio, os clubes estariam brigando dentro da federação.


Caixão 2015: mais prejuízos

O resultado é que em 2015 os clubes cariocas terão mais três meses de prejuízo e os torcedores três meses sem motivação alguma para manter o hábito de frequentar os estádios. Num momento em que governo e judiciário muito justamente apertam os clubes, o Estadual da forma como está se torna um fardo ainda mais pesado de carregar. 

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