15 janeiro 2016

Separação entre o futebol e o social



O Botafogo precisa decidir o que ser neste século XXI: um clube social que tem um time de futebol ou um clube de futebol que tem uma área social.
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No texto anterior, abordamos a necessidade do Botafogo se dedicar exclusivamente ao futebol, abandonando, neste momento, todos os demais esportes. Mas há uma outra atividade que o clube exerce além do futebol: a social.

O Estatuto do Botafogo o define como "uma associação desportiva, sem fins lucrativos", e diz que tem como finalidades:

I. promover a prática, prioritariamente, do remo e do futebol;Il. fomentar' o desenvolvimento da educação física e a prática de outras atividadesdesportivas, em especial as olímpicas; eIII. promover atividades sociais e apoiar as de caráter cultural, educacional, assistencial, filantrópico e de lazer.

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Das atividades listadas pelo Estatuto, resta claro que o futebol é a que tornou o Botafogo uma força nacional ao longo do século XX. Retire-se o futebol do Botafogo e teremos algo como um Tijuca Tênis Clube, que também é um clube social com eventuais equipes esportivas profissionais, com destaque para o basquete. O Tijuca Tênis Clube é um clube social que eventualmente tem equipes esportivas profissionais. O Botafogo não é. Ou não pode ser isso.

O Botafogo tem seu destino ditado pelos sócios-proprietários que, pelo modelo associativo, estão mais ligados à área social. Ficam excluídos os milhões de torcedores de futebol que fazem dele um grande clube nacional. Mesmo no reduzido número de associados em dia, há um grande percentual de sócios que só mantém o título em razão do futebol, tanto que a frequência da sede é restrita a um pequeno e repetitivo grupo de pessoas.

O futebol, portanto, destina recursos à área social. Primeiro porque parte dos associados que pagam o título e a taxa de manutenção exclusivamente por causa do futebol está financiando na verdade a área social, que é para onde tal recurso vai. Segundo, porque  a área social não se paga, sendo necessário cobrir os custos com dinheiro do futebol. Os valores pagos pelos associados que usufruem dos serviços de lazer da sede social são muito baixos se comparados com outros clubes sociais da zona sul do Rio de Janeiro (há clubes cujos títulos custam 40 mil reais ou mais, enquanto o nosso custa pouco mais de 2 mil reais), o que faz com que recursos oriundos do futebol paguem parte dos custos do social.


Separação entre o futebol e o social

Nossa proposta é uma separação total entre o futebol e o social. O Botafogo tendo uma estrutura para o futebol e outra para o social. Cada setor sobrevivendo somente dos recursos que obtiverem por meios próprios, com gestões independentes e sem nenhum tipo de transferência de recurso de um setor para o outro. A única hipótese do futebol cobrir dívida do social seria se este não mais tivesse condição alguma de se sustentar. Neste caso, o futebol cobriria a despesa e a atividade social seria encerrada.

Para tal, é necessário que futebol e social tenham modalidades de sócios também em separado, tendo como única semelhança o fato de ambos darem ao titular os mesmos direitos políticos de votar e ser votado. A consequência natural disso é a criação de uma categoria de sócio voltada para o futebol, o que é popularmente conhecido como sócio-torcedor, o que será objeto do próximo texto.

Por enquanto, deixamos para você refletir novamente sobre que o Botafogo deve ser: um clube social que tem um time de futebol ou um clube de futebol que tem uma área social.

O Botafogo sempre foi um clube social que tem um time de futebol. Nós defendemos que o Botafogo do século XXI deve ser um clube de futebol que tem o social como atividade secundária.

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