22 janeiro 2014

Check-in do Sou Botafogo: complicação desnecessária





No texto anterior abordamos o check-in, a novidade do Sou Botafogo. Mostramos o que diz o regulamento do programa e as respostas da Golden Goal, empresa que o opera,  a algumas perguntas nossas.

Na prática, o check-in significa que a assinatura dos planos não garante ao assinante a garantia de seu lugar no estádio, pois esta depende de uma confirmação jogo a jogo através do check-in. Ou seja, você paga, mas ainda não leva. 

Em jogos indigentes do Campeonato Carioca, isso não será notado, tanto que estrearemos em São Januário e não nos estádios de que trata o regulamento. Mas imaginemos grandes jogos, como os da Libertadores. O assinante corre sério risco de ficar de fora da festa pela qual, é sempre bom lembrar, já pagou.

A partir do regulamento e das respostas da Golden Goal, temos algumas observações a fazer:

1 - O período de antecedência do check-in é indefinido, nem eles sabem. Se fosse um período padrão, digamos sete dias antes de cada jogo, o assinante poderia já se programar e se preparar para fazer o   check-in no tempo certo e não ficar de fora. 

Na verdade, o certo seria o check-in já estar aberto para todos os jogos confirmados, no caso todos da fase inicial do Carioca e o jogo contra o D. Quito em 05/02/2014. 

Dessa forma, o assinante precisa ficar constantemente monitorando para saber o momento em que será aberto o check-in.

2 - check-in do plano Glorioso abrirá apenas um dia antes, e o do Ninguém Cala, pasmem, abrirá no mesmo instante do início da venda de ingressos. Ou seja, o fato de ser assinante sequer lhe garante maior tempo para antecipar seu check-in, o que o faz disputar uma corrida com as vendas da bilheteria para que garanta o lugar pelo qual, é sempre bom lembrar, já pagou.

3 - É difiícil entender como um plano tem prioridade sobre o outro se estão relacionados a setores diferentes, portanto sem concorrência entre si por lugares no estádio.

4 - A empresa diz que "o check-in só poderá ser efetuado em até 72hs de antecedência. Após este período, não haverá mais a possibilidade". Ora, o check-in para o jogo Botafogo e Bangu, no dia 21/01/2014, só foi aberto no sábado, dia 18/01/2014, exatamente 72 horas antes do jogo, e continua aberto. 

Se isso for seguido futuramente, o assinante só terá até segunda-feira, dia 20/01/2014, para fazer o check-in para o jogo contra o Madureira (23/01/2014), e até domingo, dia 02/02/2014, para o jogo contra o Deportivo Quito (05/02/2014).

5 - Algumas pessoas minimizam alegando que problemas de superlotação setorial ou assinante ficando de fora só ocorreriam em situação de estádio lotado. Mas qualquer programa deve ser elaborado para que tal possibilidade seja absolutamente impossível de se concretizar. Se acontecer em um jogo que seja, é rematado absurdo.

6 - Uma conta simples. O plano Ninguém Cala dá ao assinante o direito de acessar o setor Sul do Maracanã, sem distinção de superior e inferior. Este setor costuma ter 21 mil ingressos à venda, e também costuma ser o setor mais procurado, o que primeiro esgota. 

Digamos que o clube tenha 7 mil assinantes do Ninguém Cala. Se forem vendidos mais de 14 mil ingressos na bilheteria, necessariamente teremos assinantes de fora, impedido de irem a um jogo pelo qual, é sempre bom lembrar, já pagaram.

Ou seja, num jogo médio já poderemos ter transtornos com os assinantes que já pagaram e não tem seu lugar garantido.

7 - Pessoas menos familiarizadas com informática, especialmente as mais velhas, terão problemas. Para assinar o plano já é difícil, mas como é uma vez só, pode-se pedir a ajuda de um parente ou mesmo comparecer ao clube para resolver a situação. Mas imaginem idosos tendo de fazer esse check-in toda semana. O risco de pessoas ficarem de fora de grandes jogos é enorme.

Muita gente minimiza dizendo que "no Internacional é assim". Não, não é. No Internacional o sócio (lá é sócio mesmo) deste tipo de plano tem seu lugar garantido. O que o clube faz é pedir que o sócio que tenha certeza de que não irá ao jogo formalize isso para que o clube possa vender o ingresso deste sócio ausente. 

Ou seja, é exatamente o oposto. No Internacional o lugar está garantido a menos que o sócio formalize que abre mão. Aqui o assinante pagou mas não garantiu lugar, pois ainda depende de conseguir fazer o famigerado check-in antes do seu ingresso ser vendido.

A solução para quem se propõe a vender assinaturas deste tipo é que cada assinante em dia conte como um ingresso vendido. Parte-se da premissa do comparecimento, pois já está pago. Esta quantidade de assinaturas deve ser abatida da carga de ingressos posta à venda para aquele setor do plano. Assim se garante o direito de quem já pagou e elimina-se o risco de superlotação setorial.

Botafogo complicou algo simples e está procurando encrenca grande.

Leia mais sobre o regulamento e as respostas da Golden Goal aos nossos questionamentos

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