24 janeiro 2014

Não é hora de inventar



Em sua participação no Bem, Amigos!, o técnico Duda, o geométrico, entre dissertações sobre retângulos e triângulos disse que seu esquema tático para 2014 será o 4-3-2-1, e que considera "o camisa 5 o craque do time", numa referência ao volante centralizado, no caso Bolatti, que ele considera chave em seu sistema.

4-3-2-1: Bolatti é chave no esquema preferido de Duda

Em 2011, Caio Junior assumiu o time e implantou o 4-2-3-1. Tinha peças para isso. Um 5 típico, um 8 que sabe jogar (Renato jogou bem em 2011), três jogadores rápidos nas meias e um finalizador típico:

4-2-3-1 de Caio Junior: velocidade nas meias e centroavante de ofício

Oswaldo deu continuidade, mas em 2012 de uma tacada só perdeu Maicosuel, Herrera e Abreu, e teve de adiantar Elkeson. Manteve o esquema, mas ficou sem velocidade nas meias e teve de improvisar atacante. Continuou perdendo jogadores ao longo de 2013, mas sempre improvisou o que tivesse no elenco para manter o sistema. O time campeão carioca em 2013 era assim:

4-2-3-1 de Oswaldo no Carioca 2013: mesmo esquema, mas com menos velocidade
Em teoria, qualquer esquema tático funciona. Na prática, o bom funcionamento depende de tempo para treinamento, qualidade de treinamento, jogadores com as características adequadas ao sistema, um treinador capaz de organizar a equipe e um grupo de jogadores que acredite no que esse técnico diz. O Botafogo hoje não preenche nenhum desses requisitos.

Nos dois primeiros jogos, o time B jogou no 4-2-3-1 de Oswaldo. Embora tenha demonstrado problemas e conseguido piorar do primeiro para o segundo jogo, há o atenuante de ser time B, etc. Vá lá, aceitemos a desculpa.

Ontem o time A estreou jogando no esquema de Duda, o do "camisa 5 craque do time", com seus retângulos e triângulos. E o que vimos foi uma atuação horrorosa. O time não consegue criar nada, Marcelo Matos inexplicavelmente escalado numa função em que tem de atacar e criar, dois meias facilmente marcáveis. 

E o mais assustador: o Madureira teve inúmeras oportunidades de bater de fora da área. O gol foi assim, mas no primeiro tempo já haviam tido várias oportunidades de chutes da intermediária e da entrada da área.

Não custa lembrar: uma das maiores armas de equipes que jogam na altitude são os chutes de fora da área. Velocidade da bola, variação de trajetória, isso é mortal mesmo para os melhores goleiros. Portanto, não podemos dar em hipótese alguma esse tipo de chance ao adversário.

A solução emergencial, portanto, é manter o esquema 4-2-3-1. Não por ser melhor ou pior, mas por já estar sendo usado pelo time há dois anos e meio. Os jogadores já estão acostumados, conhecem o posicionamento, e fica mais fácil para os novos jogadores se encaixarem.


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