12 fevereiro 2014

"Começou"



"clap-clap-clap"
Começou. Entrei no estádio um pouco atrasado, como de praxe, e não vi a linda festa quando os jogadores entraram em campo. Hoje, vendo as fotos, me arrependo. Infelizmente, vi que a partida havia começado de forma errada, os catimbeiros argentinos escolheram o lado da torcida para atacar no primeiro tempo. Nada. NADA, me deixa mais nervoso que atacar para “lá” no segundo tempo. Mas hoje foi um dia de exorcizar superstições.

De toda forma, ontem foi onde tudo começou. Não me digam que aquela farra (lindíssima e inesquecível) sobre o Deportivo Quito valeu por que não era Libertadores de verdade. Era, no máximo, um Sparring de luxo. Agora começou a briga com os cascudos, os cachorros grandes e os eventuais vira-latas. E nada melhor que começar a competição mais importante do continente contra um clube Grande argentino que nunca ganhou a Libertadores. Eles sabem da urgência que nós temos. Eles também aguentam o escárnio diário. E ontem ficaram mais longe do que nós de se livrar disso. Mas divago.

Imaginei com meus amigos a seguinte cena: hoje, no Vaticano, após rezar sua missa, o Papa pediu ao seu secretário: - bota no “Pay-per-view” e traz um balde de cerveja, ansioso pelo jogo. O coitado deve ter pedido mais um balde depois do jogo; pois se o Papa é deles, Deus, certamente é nosso. Já que, apesar de sempre nos lembrar da nossa condição mundana de humanos, hoje nos deu uma certeza de um paraíso infinito. E, para mim, só o Botafogo consegue isso. Só.

Voltando ao jogo, estávamos com menos torcida que na quarta, pois embora fossemos quanto eu esperava, 30 mil, não era decisão. E no primeiro tempo tomamos sufoco. Não se iludam pelo placar, nós jogamos de igual pra igual, se não pior que os caras. Só falo isso do nível técnico do jogo. Táticas, notas e atuações individuais eu deixo para o Thiago Pinheiro e/ou o Fernando Lôpo, muito mais gabaritados para tal função que eu.

De toda forma, jogávamos pior, um pouco receosos ainda e quando eu já xingava o “El Tanque” Ferryera de “El Bonde” e outros adjetivos nada carinhosos, pedindo, naturalmente, que ele queimasse minha língua, ele mete aquele gol de rebote. De caneleiro. De 9. De jogador que ainda vamos xingar muito, mas que bota a bola pra dentro. E nós precisamos disso. 1 x 0 e o Papa chorava na capela sistina. 1 x 0 e o Maracanã fervia, caliente como um caldeirão alvinegro. Ferreyra começou a entornar o caldo.

O primeiro tempo acabou logo depois, bolas pra cá, bolas pra lá, mas sem maiores contratempos.

Voltamos ávidos pela vitória e castigados pela incerteza iminente, lar eterno do verdadeiro Botafoguense. Juro, o segundo tempo durou 38 horas, se não mais. Quem estava no Mario Filho pode atestar. Nunca o tempo passou tão devagar. Demorou demais até sair o segundo gol alvinegro, dos pés do Wallyson, nosso novo redentor. Para vocês terem a noção de como o tempo passava para mim, após o chute, meu amigo Sávio gritou “gol”. Eu olhei para ele, olhei para o campo, e apenas 2 segundos depois explodi em alegria. A rede estufava novamente. O Botafogo lavava a sua alma, e os 20 mil alvinegros que ficaram em casa lamentavam profundamente por não terem pago os absurdos 80 (ou mais) reais.

Após aquele gol, e certamente com medo dos gritos alucinados e absolutamente ensandecidos da torcida, o San Lorenzo pouco fez, exceto os 5 ou 6 escanteios seguidos que deram um pouco de medo.

Mas, mesmo assim, toda a vez que chutaram a gol, o Negro Gato, aquele poço, lago, OCEANO de confiança, nos fazia esquecer cada vez mais os traumas do passado. Há algum tempo o Jefferson não deixa dúvida que podemos confiar nele. E que diferença isso faz para nossos corações.

O jogo acabou com o Botafogo calmo em campo, tocando a bola, a torcida gritando olé, o Bolatti dando “balãozinho”. Quando o juiz apitou, desta vez demos, sim, aquele famoso “abraço de gol” pós-jogo. A primeira vitória da Libertadores era nossa!

E se saímos do Maracanã certos de que não somos o melhor time, de que temos, sim, falhas táticas e técnicas; saímos também certos de que este ano será diferente. Hoje a torcida não estava confiante e certa, houve muito receio, pois era um clube sério, grande, que jogava bem, mas demonstramos nossa força, e se continuarmos assim, acho que contaremos esta história de 2014 para nossos netos.

A história esta sendo feita hoje. Não deixe que nada seja mais importante que isso. Eu sou o Botafogo. Você é o Botafogo e juntos vamos levar esse clube adiante.

Saudações Alvinegras!

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