26 março 2014

Tudo o que aconteceu na Reunião do Conselho Deliberativo do dia 25/3



Nesta terça, por volta das 19h45, o Conselho Deliberativo do Botafogo se reuniu em General Severiano para uma noite de muitas votações e poucas surpresas. Além disso, o presidente Maurício Assumpção e o benemérito Carlos Eduardo envolveram-se em uma discussão acalorada e estiveram perto de brigarem. Abaixo vocês poderão ver a descrição de tudo o que aconteceu na reunião, incluindo comentários que ajudarão a entender melhor os fatos.

Amanhã à noite, os comentários sobre a noite do Conselho Deliberativo.

Maurício Assumpção e Carlos Eduardo
discutem na reunião do Conselho
Transcrição por Fernando Lôpo
Fotos por Thiago Pinheiro

25/03/2014 - Reunião do Conselho Deliberativo

19:45: abertura da sessão com a leitura da ordem do dia.

19:49: ata da sessão anterior (27/01/2014) aprovada por unanimidade em votação simbólica.


19:50: pauta é invertida, com emerências e benemerências sendo votadas primeiramente, antes da votação sobre as contas de 2013.

19:51: Luís Eduardo Vaz Miranda, ex-presidente do Conselho Deliberativo, lê uma homenagem a Nilton Santos e a proposta de que, em todas as categorias do futebol do clube, a camisa de nº 6 tenha escrito Nilton Santos em dourado acima do escudo do clube.

O plenário terá de votar a proposta. Maurício Assumpção mostra uma camisa nova, etiquetada, já com este detalhe. Maurício Assumpção é chamado ao microfone.

19:55: Maurício Assumpção explica que a grafia usada no nome do Nilton é a mesma que ele usava em seu autógrafo, com um boneco que era o logo que o representava. A proposta é de que tal logo seja usado acima do escudo até o fim de 2014.

Maurício mostra a camisa a cada um dos conselheiros
19:57: em votação simbólica, conselheiros aprovam que a matéria entre na ordem do dia para ser votada hoje. Da mesma forma, conselheiros aprovam a homenagem.

Aprovado pelo Conselho Deliberativo: Durante todo o ano de 2014, camisa 6 do Botafogo, em todas as categorias de futebol, terá a assinatura e um desenho de Nilton Santos acima do escudo.

20:00: urna é aberta e exibida vazia a todos os presentes.

20:02: beneméritos são chamados nominalmente para votar se aprovam ou não as concessões de benemerências e emerências.

20:05: eméritos são chamados para votar.

20:08: integrantes do conselho transitório são chamados para votar.

20:19: encerrada a votação.

20:20: convocada a mesa de apuração, composta pela conselheira Katia Regina, o grande benemérito e ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, o conselheiro do Mais Botafogo Edson Alves.

A mesa de apuração: Kátia e Montenegro (sentados)
e Edson em pé.
 20:23: Maurício Assumpção ao microfone. Começa a falar sobre sua gestão no clube.

"Ao longo do meu tempo no clube, tenho ouvido falar que essa gestão tem aumentado as dívidas em grande escala. Diz que quando assumiu, seu diretor Renato Blaute sugeriu que a dívida então de 286 milhões fosse auditada. Essa correção faz com que aquela dívida atualizada fosse de mais de 370 milhões. As pessoas dizem que o presidente aumentou de 372 milhões para mais de 700 milhões. Mas se alguém quiser pagar de uma vez a dívida, basta chegar com 496 milhões. Pois parte da dívida é composta de empréstimos, adiantamentos, fundo de atletas, dinheiro financiado no mercado, com lastro.

Maurício Assumpção discursa
Se há uma dívida de mais de 700 milhões que seria paga com. 496 milhões, então essa diretoria de fato aumentou a dívida em pouco mais de 100 milhões. Mas pagou 98 milhões de dívidas passadas. A diferença mesmo assim é grande? Sim. M as só em acordos trabalhistas, são mais de 30 milhões economizados. Logo, foram mais de 100 milhões de dívidas pagas. Isso não quer dizer que a situação seja boa. Há dívidas, há penhoras, há mais o que fazer. Estamos tentando retornar ao ato trabalhista, propostas pelo próprio tribunal. E há uma questão que afeta a todos os clubes que é o Proforte.

Eu vivo escutando dizer que o Maurício Assumpção aumentou a dívida para 700 milhões, o que não é verdade."

Conselheiro: por que o Botafogo saiu do ato?

MA: porque o ato expirou no fim do ano passado, e nos termos de então não interessava ao Botafogo continuava.

Carlos Eduardo: pergunta sobre as receitas adiantadas das gestões futuras.

Benemérito Carlos Eduardo
MA: diz que não sabe os números, e responde agressivamente que o Mais Botafogo tem um representante no Conselho Fiscal e deveria saber esses números.

Carlos Eduardo e Maurício Assumpção discutem.

CE: "vejam vocês, o presidente não sabe quanto ele adiantou das administrações futuras."

MA: "o que não pode são mentiras dizendo que aumentei as dívidas para mais de 700 milhões. Isso não é verdade".

CE: "vendo o relatório do Conselho Fiscal, vi que o Botafogo está quebrado."

CE critica o departamento de compras subordinado ao diretor administrativo, critica os valores relativos às questões de base, dentre outros.

MA: responde que não há como discutir a base dessa gestão, que os resultados falam mais do que os números. Novamente promete o CT da base, diz que será entregue à torcida, em que pese as pessoas dizendo que não sairá.

Diz que o Proforte afeta não apenas o Botafogo, mas que todos os demais clubes serão gravemente afetados pelas medidas necessárias do Proforte.

Diz que as medidas não são simplórias, e que a boa administração leva pessoas a quererem ser presidentes hoje, pessoas que não queriam antes.

Pede para que se fale a verdade, que se mostrem os números que comprovam a boa gestão quanto às dívidas.

CE: diz que torce para que dessa vez saia mesmo o CT, pois em seis anos de mandato é a sexta vez que ouve a promessa da base e nunca sai do papel.

MA: responde ironicamente enumerando o que considera conquistas da sua gestão.

CE: pergunta para quanto aumentou o quadro social.

MA: diz que aumentou em 100% o número de pessoas aptas a votar.

CE: pergunta sobre números, sobre quantidade de sócios.

MA: tenta evitar responder, mas diz que são em torno de 3 mil.

CE: pergunta se os candidatos terão acesso à lista de sócios.

MA: se exalta dizendo que CE está querendo falar de eleição.

Ambos se exaltam, especialmente MA, e saem discutindo fora dos microfones. Outros conselheiros apartam e cada um vai para o seu lado.

Maurício e Carlos Eduardo são separados
20:40: conselheiro discursa questionando sobre as receitas antecipadas, mas dívidas da Cia. Botafogo e reclama da má colocação no estadual.

20:41: Vinicius Assumpção ao microfone. Diz que, desde os 20 anos, ouve as mesmas discussões, sem soluções. Diz que há umas sete legislaturas ouve o Carlos Eduardo dizer que o clube está quebrado. E que talvez esteja, e o que falta é um melhor debate dentro do Conselho Deliberativo, trazendo mais e melhores Botafoguenses para dentro do clube.

Vinicíus Assumpção
Que a questão vai além do nome do presidente, é do modelo, e que se continuar assim o próximo presidente estará aqui apresentando as contas e as dívidas terão aumentado.

Diz que a gestão atual tem problemas e méritos. Fala do suposto impacto de 40 milhões pelo fechamento do Engenhão.

Acha que o clube precisa se unir em torno de uma nova forma de gerir o Botafogo.

20:45: conselheira reclama do excesso de críticas e defende ardorosamente a gestão de Maurício Assumpção.

20:48: Gustavo Noronha, do Mais Botafogo, diz que o Conselho Deliberativo discute muito condecorações e pouco de questões que realmente afetam o clube. Que gostaria de ver os conselheiros debatendo os números em questão. Diz que se preocupa com uma interpretação literal do estatuto quanto a um plano de recuperação. Diz que quando o orçamento já é feito com déficit, esse plano de recuperação já deveria ser levado ao Conselho Deliberativo pelo Conselho Diretor para ser discutido.

Quanto ao Proforte, diz que vê na mídia jornalistas ironizando clubes que fazem orçamento e planejamento ignorando os impostos a pagar. Que os clubes em geral deixam de pagar impostos e depois buscam o perdão das dívidas, que no Brasil é regra o mau planejamento dos clubes com posterior pedido de perdão. E que não quer ver isso novamente no Botafogo.

20:53: representante do Conselho Fiscal ao microfone. Diz que o Conselho Fiscal encaminha ao Conselho Deliberativo a análise do balanço de 2013. Resultado operacional negativo em 2013, com capital circulante e patrimônio líquido negativos, obrigando a administração a contrair empréstimo e adiantamento de receitas, especialmente com a TV. Ressalta que o não pagamento dessas obrigações paralisaria as atividades operacionais. Dessa forma, tornando urgente a regularização dessa situação, recomenda o pagamento dos tributos devidos e medidas da administração para continuidade das atividades.

Após a auditoria contratada e análise do Conselho Fiscal, este sugere que as contas encerradas em 31/12/2013 sejam aprovadas pelo Conselho Deliberativo. O único voto contrário é do Conselheiro Fiscal Edson Alves, do Mais Botafogo, por falta de um projeto do clube para sanar os problemas identificados.

Os números não são bons, mas as contas foram apresentadas corretamente e observando os princípios de contabilidade. Por isso o Conselho Fiscal entendeu que não teria como não aprovar as contas.

20:57: mesa pede para que os não conselheiros fiquem afastados, restando próximos apenas os conselheiros.

20:58: iniciada a votação. A maioria permanece sentada, aprovando as contas. Alguns conselheiros se levantam registrando voto contrário, basicamente os do Mais Botafogo e mais alguns. As contas são declaradas aprovadas "por ampla maioria" (70 a 23).

21:00: no item Assuntos Gerais, o conselheiro Luiz Felipe fala sobre as contas. Diz que o momento não é de politizar essa questão. Diz que até se animou com a fala do presidente, que achou que ele fosse dizer algo esclarecedor, mas não veio nada novo. Que não vale a pena discutir se a justificativas estão certas ou não, pois isso não resolve. Que se deve discutir o porquê dessa situação, como isso pode ser equacionado. Que o clube precisa de um trabalho de longo prazo, achar um novo caminho e, concordando com Vinicius Assumpção, que é preciso mudar o modelo de gestão.

Diz que não parece haver uma urgência para resolver essa questão, que parece que todos acham ser possível sempre empurrar com a barriga sem nunca resolver. Que em todos os levantamentos o Botafogo é sempre o pior dos grandes, e hoje até pior do que alguns clubes médios.

Que o assunto deve ser tratado de forma mais técnica e menos política.

Chico Fonseca, Cláudio Good, Montenegro e Renha

21:25: resultado das votações.

Para as vice-presidências, todos foram aprovados.

Chico Fonseca (futebol) - 45 a favor x 43 contra
Ricardo Braga (patrimônio) - 45 a favor x 42 contra
Carlos Calumby (esportes gerais) - 48 a favor x 42 contra
André Silva (administrativo) - aprovado, embora não tenhamos conseguido entender os números

Todos os indicados a emérito foram aprovados.

Daisy Miguel 
Nely Barcelos dos Santos 
Sonia Guardia 
Jordan Dantas Guedes

Para os beneméritos:

André Silva - 52 a favor x 35 contra
Carlos Calumby - 43 a favor x 44 contra (não aprovado)
Luiz Ronado da Silva - aprovado
Therezinha da Costa Pereira Nadruz - aprovada

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