28 abril 2014

Brasileiro continua cobrando as faturas de Duda e Assumpção



Após duas rodadas do Campeonato Brasileiro, o Botafogo vem confirmando as previsões de dezembro do ano passado, desde que o vice de futebol Chico Fonseca afirmou que o elenco para a Libertadores seria "enxuto", Seedorf saiu, poucos e fracos jogadores vieram, e, para evitar qualquer risco de que o ano tivesse algo de bom, trouxeram o inacreditável Duda, cujo mérito maior é pertencer à Confraria da Praia que tomou de assalto o poder no Botafogo.

Duda fez 23 jogos pelo Botafogo e, segundo Jefferson, o time fez apenas dois bons jogos no ano. Duda destruiu o trabalho que vinha sendo feito ao longo dos últimos anos e deixou um elenco destroçado tática, técnica e psicologicamente - com méritos divididos com a diretoria.

Mancini: pós-Duda não é para qualquer um
Mancini assume um time cujo principal problema é interno. Salários atrasados como há muito não se via, um time que não acredita mais na diretoria e uma relação novamente deteriorada com a torcida.

A missão de Mancini é fazer o grupo se fechar em torno dele, sobreviver com danos menores às 9 primeiras rodadas e usar o período da Copa do Mundo para arrumar uma equipe competitiva, capaz de ao menos fazer resultados em casa que lhe garanta a permanência na primeira divisão sem maiores sustos. A partir disso, o que vier é lucro, pois as perspectivas para esse ano estão se confirmando tão ruins quanto as previsões de fins de 2013.



Os jogos contra São Paulo e Internacional

Nos dois primeiros jogos, o torcedor certamente ficou muito assustado. Em ambos, o primeiro tempo foi pavoroso. O São Paulo poderia ter virado com uma goleada, e o internacional, sem muito esforço e com pouca posse de bola conseguiu controlar o jogo, neutralizar o Botafogo e marcar duas vezes. Em ambos, viramos perdendo de dois a zero.

Nos dois jogos Mancini sacou Jorge Wagner no intervalo, o que pode ser indício de uma barração iminente. O camisa 10 não dá volume de marcação, não é cerebral, lento pela idade e nem nas bolas paradas tem decidido. 

Nos dois jogos também o time voltou mais disposto para o segundo tempo, e teve seus melhores momentos quando entrou um volante que sabe jogar. Contra os paulistas entrou Bolatti, contra o Inter entrou Edílson improvisado. Bolatti melhorou o toque de bola, mas não o suficiente para uma melhor sorte. Já Edílson teve participação decisiva nos dois gols do empate. 

Quando Airton pediu para ser expulso, Manicini tinha de optar entre a burocracia de Fabiano ou arriscar com Edílson, que tem passe e chute como pontos fortes. E decidiu certo. 

Esse detalhe é importante de se destacar. Como não temos meias de qualidade, com bom passe e que pensem o jogo, é preciso que os volantes saibam jogar com a bola no pé, pois atuam numa região de marcação mais frouxa e com mais espaço. Por isso as entradas de Bolatti e Edílson nesse setor do campo melhoraram a equipe nos dois jogos. Gabriel, Airton e Matos nada produzem com a bola no pé.


Zeballos e Émerson melhoraram a equipe

Zeballos e Émerson

Com Zeballos e Emerson, finalmente a equipe volta a ter atacantes. Wallyson e Ferreyra, que não são grandes coisas, seriam titulares absolutos nos times de 2013 e segundo semestre de 2012. Por aí se vê há quanto tempo carecemos de atacante.

O paraguaio e o Sheik deram mais qualidade, movimentação, velocidade e poder de decisão ao ataque. Ainda parecem desentrosados na movimentação, o que é natural, mas mesmo assim fizeram os gols da equipe. Fisicamente deixaram a desejar, pois ambos morreram na metade do segundo tempo, e só não saíram por falta de substituições.

Cabe a Mancini achar a melhor forma de utilizá-los, tentar tirar deles o máximo de regularidade. A opção de Ferreyra, de características bem diferentes, ajuda o treinador e variar mais o ataque.


Emerson cruza para Zeballos marcar

A defesa e o meio

O principal desafio de Mancini será rearrumar a defesa, destroçada por Duda. E a boa qualidade da defesa passa pela arrumação do meio de campo. Parece claro que Edílson e Junior Cesar merecem ganhar as laterais. Dória e Bolívar, se passam por mau momento técnico, passam liderança e confiança aos companheiros, além dos reservas serem medonhos.

Independentemente do esquema tático, Mancini precisa reaproximar as linhas, compactar bastante o time, que hoje dá espaços para o adversário trabalhar pelo meio e sofre também com jogadas pelas laterais, especialmente a esquerda.


O cenário continua preocupante

Enfim, a esperança reside na qualificação do ataque e na chegada de um treinador profissional, mesmo que não seja um dos melhores do país. O temor maior ainda é a diretoria, que não paga salários e ainda pode vender boa parte do time. Fala-se em Lodeiro, Gabriel, Dória, Jefferson e quem mais quiserem. Temos de torcer para que ninguém saia, pois certamente reposição não haverá.

2014 ainda trará  muitas emoções. Infelizmente, duvido que alguma seja positiva.






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