28 novembro 2014

Botafogo não pode errar na escolha do comando do futebol



O novo presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, tem uma série de questões financeiras e administrativas para equacionar. Porém, o futebol não pára, e a definição da equipe que comandará o futebol é fundamental para as expectativas de curto e médio prazos.

O benemérito Antonio Carlos Mantuano foi anunciado como vice de futebol. O nome de Mantuano tem forte rejeição de boa parte dos torcedores, especialmente dos que acompanham mais de perto o clube. O que se diz, porém, é que Mantuano terá um papel voltado mais para fora, especialmente o relacionamento com outras entidades - como Ferj e CBF. A parte ligada ao dia-a-dia e ao relacionamento com os jogadores ficaria a cargo de um diretor, também não remunerado.


O vice de futebol Mantuano se apresentou ontem aos jogadores
O entendimento da nova gestão é de que no momento o Botafogo não tem condição de contratar um gerente remunerado um técnico mais renomado devido ao custo de ambos. Diante disso as especulações são de que, ao menos no primeiro ano, não haveria gerente remunerado e o técnico seria de baixo custo, típico de série B, como Argel, Guto Ferreira ou Gilson Kleina.


Discordamos desse pensamento. Sabemos que o Botafogo terá sérias limitações orçamentárias. Porém, num elenco de jogadores de qualidade mediana e com menos nome, é importante um técnico mais qualificado e experiente para tirar o máximo dos jogadores, otimizando o potencial do elenco através de um forte e consistente jogo coletivo. Um técnico reconhecido terá maior poder de comando sobre o grupo e também terá mais facilidades de trazer jogadores, visto que normalmente tem uma boa rede de relacionamento com empresários e serve de atrativo para jovens que precisam de projeção.

Optando por um técnico de baixo custo e sem um currículo respeitável, cresce a importância de um bom gerente de futebol. Esse profissional deve fazer a ponte entre diretoria e elenco, e também deve acompanhar de perto o grupo de jogadores, sendo responsável por impor disciplina e profissionalismo. Um técnico de pouco nome teria mais dificuldade de controlar um grupo de jogadores, cabendo esse trabalho mais desgastante de eventualmente até punir jogadores ao gerente. Também caberia a esse gerente a montagem do elenco e a negociação com empresários, visto que um técnico inexpressivo não atrai jogadores e não tem uma boa rede de contatos.

Em 2009, o técnico Ney Franco foi fundamental na montagem do elenco, atraindo jogadores como Maicosuel. Posteriormente chegou Anderson Barros, que assumiu esse papel de gerente, enquanto o Botafogo contratava técnicos muito fracos como Estevam Soares, Joel Santana e Caio Junior. 

Oswaldo e Seedorf: compensando as bobagens da diretoria
 
Em 2012 e 2013 tivemos Sidnei Loureiro, da turma da praia, como diretor de futebol remunerado. Figura inexpressiva que estava a ganhar dinheiro no Botafogo sem nenhuma competência para o cargo, coube ao experiente Oswaldo de Oliveira - muito ajudado por Seedorf - acumular as funções de técnico e gerente de futebol. Oswaldo controlava o grupo que estava quase sempre insatisfeito com a direção e falta de pagamento de salários, contatava jogadores, dava entrevistas sobre assuntos relacionados ao departamento de futebol, etc. Ou seja, Oswaldo, por ter mais currículo que a maior parte do elenco, conseguia se impor e acumular as duas funções de técnico e gerente, o que lhe custou enorme desgaste com a torcida.

Sidnei "da praia" Loureiro

Em 2014, tivemos a dupla da praia Eduardo Húngaro, o Duda, e Sidnei Loureiro. Ou seja, técnico e gerente absolutamente inexpressivos e que não gozavam de absolutamente nenhum respeito por parte dos jogadores. O resultado não poderia ser diferente do que estamos assistindo, uma vez que Vagner Mancini mostrou não ter cacife para desarmar a bomba que assumiu.

Eduardo Húngaro, o Duda

A contratação do técnico deve ser estratégica, pensada para dois ou três anos. Um técnico experiente que esteja em baixa, tal como Mano Menezes, seria o ideal. O mercado está num momento de redução dos salários absurdos, e um bom projeto pode atrair um profissional desse tipo.

Se contratarmos um Argel ou Guto Ferreira, o roteiro é conhecido. O time sobre aos trancos e barrancos porque o nível da série B é indigente. Ao fim do ano, "por gratidão", o técnico é mantido e o clube joga fora todo o planejamento de montagem de elenco com esse profissional, que no ano seguinte mal dura três meses, o suficiente para comprometer toda a temporada. Foi assim com o Palmeiras ao manter Gilson Kleina, e será assim com o Vasco ao manter Joel.

Quem se encontra na situação em que estamos não pode se dar ao luxo de errar. É preciso esforço para viabilizar ao menos um profissional de reconhecida qualidade para ser o gerente ou o técnico. De preferência o técnico. 



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