22 novembro 2014

Quem apoiou o pior presidente de todos os tempos - 1º mandato





Quem apoiou o pior presidente de todos os tempos

Durante a campanha, observamos os quatro candidatos acusando uns aos outros de ligação com o (ainda) presidente Maurício Assumpção, também conhecido como Nininho da Praia. Como é sabido que todas as chapas em algum momento apoiaram Nininho, e portanto tem alguma responsabilidade pela situação atual, de certa forma todos tem razão ao menos em parte ao se acusarem.

A administração atual pode ser considerada a pior de todos os tempos, visto que põe em alto risco a viabilidade do clube nos próximos anos.

É bom que o torcedor saiba as devidas responsabilidades de cada um.


Primeiro mandato: manobra eleitoral, afastamento de aliados e apoio de Montenegro

Foto: Extra online
Bebeto de Freitas era sustentado pelo Movimento Carlito Rocha. Em 2008, seu vice geral, Marcos Portella, seria o candidato natural da situação. Parte das pessoas que faziam forte oposição a Bebeto depois viria a formar o Mais Botafogo, mas até então não havia ainda se reunido como grupo. O engajamento de Bebeto provavelmente elegeria o seu sucessor, mas o então presidente omitiu-se.

Manoel Renha indicou à época que gostaria de ser candidato. Entretanto, só o faria com garantias dos investidores, o que acabou não acontecendo. Talvez a indefinição do Bebeto tenha sido por isso, embora ele e Bebeto já estivessem brigados naquele período.  

O MCR, que tinha força para disputar a eleição sem o apoio de Bebeto, demorou a formalizar a candidatura de Portella.  

Continuada a indefinição do processo, surgiu uma proposta de "unir forças" numa chapa de consenso. O nome sugerido para encabeçá-la foi o de Maurício Assumpção, figura obscura, que ninguém conhece e que reza a versão mais aceita foi inventado por João Moreira Salles. A composição então teria Assumpção como cabeça de chapa e Portella como vice. As vice-presidências seriam distribuídas entre os dois grupos. O MCR teria algumas e integrantes do atual Mais Botafogo outras.

A chapa foi registrada, mas entre o prazo final de inscrições de novas chapas e a eleição, houve um desentendimento por conta de acordos não cumpridos e o MCR decidiu sair da chapa, acreditando que, uma vez desfeito o acordo, seria permitida a inscrição de nova chapa. Na verdade, já havia o indicativo de novas eleições por parte dos “cardeais”. Claudio Good, inclusive, deu entrevista a uma rádio falando que achava que seria melhor um novo prazo. Porém, essa nova inscrição foi negada pela Junta Eleitoral, com o esdrúxulo detalhe de que um dos integrantes da Junta estava ausente e votou por telefone, o que é vedado pelo Estatuto. 

Foto: Extra Online
O resultado é que o MCR ficou fora do pleito e Maurício Assumpção foi eleito em chapa única. Carlos Augusto Montenegro e os integrantes do atual Mais Botafogo foram decisivos para este desfecho, inclusive quanto à discussão legal.

Os hoje integrantes do Mais Botafogo eram titulares de quatro vice-presidências no início do mandato em 2009 e tinham cadeiras no Conselho Deliberativo (o MCR ficou fora do CD). Porém, ainda no primeiro semestre de 2009, eles romperam com Nininho e saíram da administração. Nessa época foi criado o Mais Botafogo. O vice geral de Nininho era Antônio Carlos Mantuano, que não renunciou ao cargo, o que causou desentendimento com o Mais Botafogo, que defendia a renúncia dele também.

Carlos Augusto Montenegro participou da costura do acordo que lançou Nininho, foi peça chave na decisão da Junta no embate com o MCR, e ajudou a sustentar a gestão, inclusive controlando o CD. Em 2010, após a goleada sofrida diante do Vasco, chegou a dizer que o clube estava sendo "comandado por empresários", mas três meses depois, após o título carioca, já achava a administração Nininho um modelo de gestão.

O Mais Botafogo não fez oposição contundente a Maurício no CD, sob o argumento de que seus integrantes não haviam sido eleitos como oposição e por isso não poderiam agir desta forma. O presidente do CD era Luiz Eduardo Miranda, benemérito nomeado por Montenegro. Com isso, Nininho teve um triênio de extrema tranquilidade no CD, sem jamais ter sido incomodado.

Em 2009 Marcelo Guimarães iniciou seu trabalho no marketing do Botafogo. Saiu por um desentendimento com o então vice de Comunicação Beto Macedo (que sairia com o grupo do Mais Botafogo), voltou em fevereiro de 2010 e ficou até fevereiro de 2013.

O presidente do Conselho Fiscal era Nelson Mufarrej, hoje candidato a vice na chapa de Carlos Eduardo. Sob seu comando, o CF rejeitou as contas de Bebeto de Freitas (referentes ao ano de 2008) e aprovou as de Nininho.


Resumo do primeiro mandato

O primeiro mandato de Nininho já foi desastroso, embora muitos não percebessem isso. Foi um mandato caracterizado pela dupla André Silva e Anderson Barros no comando do futebol e Sérgio Landau como executivo, mandando e desmandando no clube. Contratações duvidosas (como a do obscuro Vinícius Colombiano), salários atrasados e não cumprimento de palavra marcaram a gestão do futebol, vide a entrevista do ex-capitão Juninho sobre Nininho:

O Maurício é complicado. Em 2009, antes do jogo contra o Palmeiras, precisávamos da vitória para não sermos rebaixados. Eram três meses de salário atrasado. O presidente chorava na sala comigo, tinha gente que não queria jogar, com medo do que aconteceria caso a equipe perdesse. Falava comigo, com o Lucio Flavio e o Reinaldo que não deixaria ninguém sair de férias com salário atrasado. Contava histórias, chorava e dizia e que iria pagar todo mundo. Conversamos e Deus livramos o Botafogo do rebaixamento num jogaço que fizemos. Acreditamos nisso. Eu, Reinaldo e Lucio, como líderes, tratávamos de motivar o elenco. Infelizmente nunca nos pagaram. Tenho uma mágoa muito grande com o presidente. Ele não foi homem com a gente

André e Nininho em foto de Thiago Pinheiro

Contratos com coirmãos, eleição do Clube dos Treze e promessas de CT

O polêmico contrato com a Pepira já prenunciava o que seriam esses seis anos. Um contrato pouco esclarecido, foi apresentado ao CD após assinado. Ou seja, o CD foi comunicado, não consultado. Quando foi apresentado por Landau já estava em execução. 

Os contratos de locação do Engenhão para os coirmãos foram vergonhosos, fortalecendo rivais, enfraquecendo o Botafogo e jogando no lixo uma janela de oportunidade rara e que jamais se repetirá, desperdiçando a chance de alavancar o clube e consolidar o estádio como força do clube.

Nininho também tem o dom das promessas. Passou o primeiro mandato inteiro lançando pedras fundamentais de CT, o que continuaria a fazer no segundo mandato.

Em 2010, uma grande vergonha para o Botafogo. Na eleição do Clube dos Treze, havia a chapa de Fábio Koff contra a de Kleber Leite. O Botafogo de Nininho votaria em Koff mas mudou subitamente de lado após receber um empréstimo às vésperas do pleito, como mostra reportagem da Folha de São Paulo:

O botafoguense Maurício Assumpção acertou apoio à candidatura de Fábio Koff na segunda-feira, dia 29 de março. Três dias antes, no entanto, o clube formalizara acordo costurado no dia anterior com a CBF no valor de R$ 8 milhões.
O Botafogo receberia R$ 3,5 milhões em 6 de abril, R$ 2,5 milhões em 6 de maio e R$ 2 milhões em 6 de agosto.
Em 30 de março, o dirigente do Botafogo recebeu recado de que o empréstimo estava condicionado ao voto em Leite.
Sem apresentar justificativas objetivas, Assumpção apareceu na chapa de Leite dois dias depois. "Não é justo dizer que apoiei o Kléber Leite em troca do empréstimo. Comecei a negociar um valor de R$ 10 milhões em janeiro, muito antes do processo eleitoral. E só recebi R$ 3 milhões", diz Maurício Assumpção. "Os dois lados me fizeram ofertas", diz ele.
Koff, por meio de sua assessoria, nega que tenha oferecido qualquer benefício financeiro para ter o voto do Botafogo.
"É injusto cobrar do Botafogo uma posição igual à do Corinthians, porque nosso poder financeiro é diferente", afirma o presidente do time carioca.

Sócio torcedor

O sócio torcedor com voto jamais foi cogitado, mas até o plano de ingressos que erradamente chamam de sócio torcedor sempre foi um desastre. A operação sempre foi péssima, os benefícios duvidosos e o atendimento horroroso. Até pagar era difícil. Esse produto deveria ser uma ação dos departamentos comercial e de marketing, este último comandados por Marcelo Guimarães sob a vice de Comunicação de Thiago Alvim.


O marketing

A atuação de Marcelo Guimarães à frente do marketing merece um comentário à parte. Marcelo pode ser considerado um excelente promotor de festas e eventos, como sua bem sucedida campanha eleitoral comprova. Lançamento de produtos é com ele mesmo. Porém, suas ações são descontinuadas, sem um objetivo, e as festas parecem ser um fim em si mesmo.

Em 2010, por exemplo, o Botafogo foi campeão carioca com o fenômeno Loco Abreu explodindo e conquistando as crianças. O Botafogo lançou um boneco de Loco Abreu... em 2011, logo após o Flamengo ser campeão invicto com Ronaldinho Gaúcho, que teve seu boneco lançado imediatamente e mais barato do que o do Loco.

Festas de lançamento de camisa também eram barulhentas, mas os torcedores não encontravam os novos modelos para comprar nem pela internet. Camisas comemorativas de ex-jogadores eram seguidamente lançadas, concorrendo entre si, com preços cada vez mais altos.

Mais uma camisa comemorativa é lançada
Várias outras ações do elogiado marketing alvinegro surgiam com alarde e sumiam como se jamais tivessem existido. Como a revista Botafogo, que com grande alarde foi lançado o nº1, mas jamais existiu o nº 2. Ou seja, o marketing era mais eficiente em criar uma imagem positiva da diretoria, fazendo parecer que trabalhava bem, do que por trazer resultados efetivos com ações planejadas e continuadas.

Assim, podemos dizer Marcelo Guimarães acabou sendo um grande propagandista de si mesmo e de Nininho. Se à época a administração já andava muito mal, ao menos Marcelo garantia uma ótima imagem externa de Nininho junto ao torcedor médio e à imprensa.

É bom registrar que no debate entre os quatro candidatos, realizado em 18/11/2014, Marcelo Guimarães defendeu o primeiro mandato de Nininho. O mandato da Pepira, de André Silva e Anderson Barros, dos péssimos contratos do Engenhão, do vergonhoso comportamento na eleição do Clube dos Treze...


Resumindo as responsabilidades das chapas no primeiro mandato:

Chapa Azul: o grande patrono da Chapa Azul é Carlos Augusto Montenegro, que foi peça-chave na invenção, eleição e sustentação de Maurício Assumpção. Seu cabeça de chapa, Thiago Alvim, participou da gestão de Assumpção durante praticamente todo o primeiro mandato. É a chapa de situação.

Chapa Ouro: o Mais Botafogo e o Botafogo Acima de Tudo (grupo de Antônio Carlos Mantuano) ajudaram na invenção de Maurício Assumpção e na luta contra o pleito do MCR que queria o registro de nova chapa. Também se omitiram de fazer oposição no CD, deixando caminho livre para Maurício Assumpção fazer o que quisesse. Registre-se que Carlos Eduardo, que encabeça a chapa, jamais esteve ao lado de Nininho, compondo o grupo Mais Botafogo após seus integrantes terem rompido com o atual mandatário.

Chapa Alvinegra: o MCR errou ao fazer acordo de chapa única com Maurício Assumpção em vez de lançar Marcos Portella candidato. Fora do CD, o grupo não fez uma oposição combativa, mesmo que externamente, e inacreditavelmente em 2011 compôs com Maurício para a reeleição. Vinícius Assumpção, pertencente ao MCR, encabeça a Chapa Preta e Branca.

Chapa Cinza: Marcelo Guimarães participou da primeira gestão como diretor remunerado do Botafogo, ajudando a criar uma imagem positiva de um gestor danoso ao clube, embora com resultados discutíveis para o clube. Marcelo Guimarães, do grupo Grande Salto, encabeça a Chapa Cinza.

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