18 dezembro 2014

17/12/2014 - Sessão do Conselho Deliberativo



Nesta quarta-feira, dia 17/12, foi realizada a primeira reunião do Conselho Deliberativo (CD) após a eleição de 25/11. 




Às 20:22, José Luiz Rolim, presidente do CD, abriu a reunião com hino do Botafogo e em seguida pediu um minuto de silêncio em homenagem ao jornalista Roberto Porto, recentemente falecido.

Por votação simbólica, o CD aprova a ata da última sessão.


Nas últimas cadeiras do casarão ficam os sócios que não são conselheiros.

Como de praxe, o quórum dessa sessão de abertura de novo mandato foi superior ao de sessões regulares.


O ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, patrono da derrotada chapa azul de Thiago Alvim e Durcésio Mello, pediu a palavra:

20:25: Carlos Augusto Montenegro lembra que exatamente há 19 anos o Botafogo era campeão brasileiro. Lamenta o momento atual, em que por duas vezes o clube caiu para a segunda divisão. Diz que assim como em 2002, a situação é horrorosa, e que "cansou de avisar". Diz que não existe isso de oposição ou situação, que é Botafogo, que só sabe ser Botafogo, que não sabe ser oposição, e que a pedido dos filhos resolveu se afastar um pouco. Diz que torce por Carlos Eduardo, que o conhece há mais de 20 anos, que ele é guerreiro e enfrentará muitas dificuldades, mas que o Botafogo precisa de mais ainda. Diz que vai se afastar um pouco, e que tem certeza de que tudo que não envolver aporte de dinheiro tem certeza de que Carlos Eduardo conseguirá resolver. Que torce muito pelo novo presidente. Cumprimenta o presidente e sua esposa. Lembra uma história pessoal envolvendo Nilton Santos e a esposa. Faz referência ao novo vice de remo, Antônio Carlos Azeredo, neto de Paulo Azeredo. Montenegro encerra sua fala doando ao clube a camisa que Nilton Santos usou na final do Carioca de 1957, na vitória de 6 a 2 sobre o Fluminense.

O presidente Carlos Eduardo Cunha Pereira respondeu:

20:34: Carlos Eduardo agradece a Carlos Augusto Montenegro, prega a união de forças, diz que o clube "está aberto a todos nós", que o Botafogo está numa situação difícil. Diz que Montenegro "não precisará fazer oposição porque o clube estar sempre aberto a ouvir e a prestar contas, com transparência". E que se não corresponder à expectativa, "pode puxar a orelha".

José Luiz Rolim iniciou o item 2 da pauta: eleição e posse da mesa diretora. Os conselheiros já haviam votado antes do início oficial da sessão, sendo então iniciada contagem de votos será iniciada.

Rolim diz que o presidente que terminou o mandato, Mauricio Assumpção, deixou de cumpriu o Estatuto ao não enviar à mesa diretora a sua declaração de bens.

Jorge Aurélio Ribeiro, grande benemérito que será o próximo presidente do Conselho Deliberativo, diz que o presidente eleito Carlos Eduardo apresentará a sua declaração de bens dentro do prazo.

José Luiz Rolim aproveita enquanto os votos são contados para parabenizar o presidente eleito e o novo Conselho Diretor. Fala das dificuldades e da torcida pelo sucesso da nova gestão. Também prega a união de forças dentro do Botafogo.

Rolim passa alguns minutos repetindo basicamente isso.

Encerrada a contagem, Rolim declarou eleita a nova mesa diretora. Havia chapa única.


Carlos Eduardo, ao lado do vice geral Nelson Mufarrej e do vice jurídico Domingos Fleury, fala sobre o Ato Trabalhista. Destaca a importância do retorno ao Ato para que o clube volte a ter receitas e capacidade de pagamento. Diz que em tempo recorde o Botafogo redigiu e enviou ao Tribunal Regional do Trabalho o pedido de retorno ao Ato. Fala das dificuldades decorrentes do descrédito que se abateu sobre o clube. Destaca o trabalho incansável de Mufarrej, Fleury, do advogado trabalhista Vagner Barroso, dentre outros. Diz que hoje esteve com o governador Luiz Fernando Pezão, que se mostrou solidário.

Carlos Eduardo tem em mãos o parecer da juíza centralizadora Anelise de Miranda, e começa a leitura. O parecer da juíza é favorável ao retorno do Botafogo ao ato trabalhista, e os conselheiros comemoram efusivamente.

O novo ato abrange cerca de 130 milhões de dívidas trabalhistas. O Botafogo terá de pagar R$ 750 mil mensais do 1º ao 3º mês, e R$ 1,2 milhão do 4º ao 12º mês de 2015, totalizando R$ 13,5 milhões no 1º ano. O valor sobe progressivamente até atingir R$ 1,7 milhão no 10º ano, quando a dívida deve ser quitada.

Agora a decisão da juíza foi encaminhada ao MPT. Caberá ao presidente do TRT-RJ a decisão final. Porém, é pouco provável que haja uma decisão em sentido contrário a este parecer.


É importante destacar que o acordo anterior do qual o Botafogo da turma da praia foi expulso por sonegação tinha abrangência menor. As divídas centralizadas naquele Ato abrangiam um período menor de tempo, totalizando cerca de R$ 90 milhões dos R$ 150 milhões que o Botafogo devia. Isso significa que havia cerca de R$ 60 milhões transitando, alguns em estágio avançado, e que certamente o Botafogo perderia,  podendo vir a ser penhorado por não integrarem o Ato. Este novo contempla R$ 130 milhões, sendo a dívida trabalhista total estimada em torno de R$ 170 milhões.

Como o volume incluído no Ato subiu, a parcela mensal subiu. Nos primeiros acordos o Botafogo tinha de pagar um percentual de qualquer receita que entrasse (algo em torno de 22%), o que acabou ensejando a oportunidade de Maurício Assumpção sonegar, isto é, criar formas de maquiar a entrada de receitas para não descontar o percentual.  O acordo por valor fixo obriga o clube a de qualquer forma pagar aquela quantia acordada. Estimava-se um valor de R$ 900 mil, mas agora vemos que logo no primeiro ano o valor chega a R$ 1,2 milhão.

Somando esse pagamento do Ato com as parcelas das dívidas fiscais - R$ 400 mil da Timemania e cerca de R$ 700 mil do Refis - teremos de desembolsar cerca de R$ 2,3 milhões mensais no primeiro ano. Ou seja, R$ 2,3 milhões mensais comprometidos com pagamento de dívidas fiscais e trabalhistas.


José Luiz Rolim lê o resultado da votação, que aprova a nova composição da mesa diretora do Conselho Deliberativo.

Rolim agradece os componentes da mesa antiga e cumprimenta e deseja sucesso aos da nova mesa.

Rolim chama um a um os integrantes da nova mesa diretora, que terão mandato de três anos coincidentes com o do presidente do clube.


José Luiz Rolim passa o cargo de presidente do Conselho Deliberativo a Jorge Aurélio Ribeiro.

Jorge Aurélio assume a função e faz um pronunciamento.

O grande benemérito Menezes também fala.

Carlos Eduardo agradece a presença de Vinicius e sua grande ajuda nos contatos com a prefeitura. Agradece também a presença de Edson Santana, vice de Marcelo Guimarães, e agradece o apoio deles. Menciona também Thiago Alvim e outros integrantes da chapa azul.

Jorge Aurélio discursa.


Começa votação para homologação do Conselho Diretor, do Conselho Fiscal e da Junta de Julgamento e Recurso. Todos são aprovados.


Presidente - Carlos Eduardo Cunha Pereira

VP Geral - Nelson Mufarrej Filho

VP Administrativo - Anderson de Carvalho Simões

VP Finanças - Bernardo Santoro

VP Jurídico - Domingos Flores Fleury da Rocha

VP Patrimônio - Alvaro Costa de Paula Antunes

VP Futebol - Antonio Carlos Mantuano Sabato

VP Social e de Comunicação - Marcio Santos Padilha de Oliveira

VP Esportes Gerais - Alexandre Pinto de Brito Oliveira

VP de Remo - Antonio Carlos Azeredo de Azevedo

Durcésio Mello será o representant da oposição no Conselho Fiscal.


Carlos Eduardo faz uma apresentação resumindo a projeções de receitas e despesas para 2015. Destaques:

- Contrato com a Viton deve ficar em torno de 9 milhões em espaço menor  - possivelmente frente e costas. 

- Dinheiro da Puma foi antecipado, clube tenta prorrogar contrato até o fim do Estadual enquanto negocia com outra empresa. Botafogo está conversando com uma empresa estrangeira que está entrando no mercado brasileiro.

- As receitas de sócio torcedor já estão vinculadas ao pagamento do empréstimo do Refis - um empresário Botafoguense está pagando as parcelas e o pagamento se dará com a receita do sócio torcedor.

- Sócio torcedor será reformulado, mas depende do Engenhão. Despesas e receitas com Engenhão não entraram na conta porque não há certeza sobre a reabertura. 

- Há gastos muito altos com pessoas jurídicas - mais de R$ 300 mil - que devem ser cortados.

- Olympique de Marselha assumiu a dívida do Botafogo com Dória, mas não a dívida do clube com o empresário dele. Assim o Botafogo além de não receber nada pela venda do zagueiro ainda saiu da transação devendo ao empresário.


Ricardo Rotenberg, um dos 14 conselheiros eleitos pela chapa de oposição, pede a palavra e sugere ao vice de futebol Mantuano que se monte um time modesto para o Campeonato Carioca e use os campeonatos estaduais para contratar jogadores para o Brasileiro da série B. Pediu também que o Engenhão deixe de ser chamado de Stadium Rio.


Carlos Eduardo volta a falar:

- Os contratos de empréstimos com a Odebrecht transferem à mesma diversos direitos relativos a Engenhão, jogadores e televisão. Se a Odebrecht decidisse executar tudo o que pode relativo a esses contratos, o Botafogo estaria "em graves dificuldades".

- O empresário que intermediou a contratação do volante Renato em 2011 tinha direito a receber R$ 1,5 milhão de comissão, não foi devidamente pago e agora cobra cerca de R$ 2 milhões.


Antônio Carlos Mantuano, vice de futebol, diz que o Botafogo tem uma dívida de R$ 1,9 milhão com Loco, que por isso "cava a sua volta". Os direitos sobre os jogadores da base já foram comprometidos com empréstimos.


Carlos Eduardo volta a falar: 

- Com o retorno ao Ato Trabalhista, o Botafogo terá o desbloqueio de R$ 4 milhões referentes ao PPV 2014. 

- Jefferson será prioridade.


Jorge Aurélio lê relatório o relatório da Comissão Especial do CD. Alguns destaques do texto:

- As dívidas ao final de 2014 devem ultrapassar R$ 850 milhões.

- O clube não tem receitas e a prioridade máxima deve ser o retorno ao Ato Atrabalhista e a regularização dos programas de pagamento das dívidas fiscais, Timemania e Refis.

- Há muitos atrasos de pagamentos a jogadores [e daí as sucessivas ações de desligamento].

- Há problemas em relação aos contratos do Engenhão. À época da interdição, o Botafogo tinha diversos contratos de patrocínio do Engenhão dos quais já havia recebido. Com a reabertura, será preciso renegociar com essas empresas.

- Necessidade urgente de corte de custos com pessoal em todos os setores do clube.

- É preciso com urgência um plano de recuperação por conta do grau de endividamento.


Nesse momento nos retiramos do casarão, mas não havia muito mais por vir no restante da sessão.





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