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Sala de imprensa do Botafogo |
Com a confirmação do rebaixamento do Botafogo, o clube tornou-se tema obrigatório de debate na imprensa esportiva - muito mais do que quando é campeão, por exemplo. Infelizmente, a esmagadora maioria dos jornalistas esportivos não tem conhecimento suficiente para debater com qualidade os aspectos internos que trouxeram o Botafogo a este momento.
Na TV, os canais paulistas debatem com profundidade os clubes locais. Apresentadores e comentaristas podem passar a tarde dissecando o esquema tático da Ponte Preta ou listando em ordem alfabética nome e sobrenome de todos os conselheiros do Palmeiras, mas não sabem escalar o Botafogo nem dizer o nome do vice-presidente do clube. Quando é para falar de clubes de fora de São Paulo, a análise se torna superficial e genérica.
Dos jornalistas cariocas, notamos que muito conhecem sobre seus clubes de coração, sendo superficiais em relação aos demais. Isso é mais notório em jornalistas que torcem pelo Flamengo, que passam 90% do tempo falando do clube da Gávea, não importando o tema em debate no momento.
Daí que os torcedores Botafoguenses recebem poucas informações sobre o clube e análises que pouco lhe acrescentam na compreensão do que se passa com o Botafogo.
Noticiário negativo
Também já é tido por todos como algo natural o fato das notícias envolvendo o Botafogo terem viés negativo, enquanto a de outros clubes é sempre para cima. Existem capas históricas de O Globo e Lance! que reforçam isso. O jornalista André Rizek costuma abordar este tema no Redação Sportv.
Você sabia, por exemplo, que clubes como Corinthians, São Paulo, Atlético-MG, Grêmio e Cruzeiro atrasaram salários em 2014, seja por período breve ou mais longo? Provavalmente não, porque dos outros clubes mal rende nota obscurda de jornal, como esta do Lance!. Quem acompanha o noticiário tem a percepção de que o Botafogo é o único clube a ter atrasado salários em 2014.
Manchete do Lance! sobre o então líder (Foto: Fogão Net) |
Em 2013, nessa mesma época do Botafogo líder, o Lance! publicou matéria intitulada Empate contra o Inter coloca o Bota como 'pior líder' dos pontos corridos .
Lembremos também nosso texto aqui no blog sobre a imprensa flascista.
Os programas esportivos de segunda-feira
Nesta segunda, chamaram a atenção dos Botafoguenses os programas Bem, Amigos!, do Sportv, e Linha de Passe, da ESPN, devido a comentários sobre o Botafogo.
Bem, Amigos!, do Sportv.
O do Sportv causou revolta nos Botafoguenses devido a bobagens ditas por um ex-árbitro de péssima memória dentro dos campos e que hoje faz papel de bobo da corte de Galvão Bueno. Quem quiser que bata palmas para esse tipo de gente, pois aqui não merecerá outros comentários. O canal sequer finge que faz jornalismo, deixando claro como várias empresas de comunicação, a Globo entre elas, não tratam o jornalismo esportivo como jornalismo de fato. Não passa de um setor de entretenimento e comercial, nada mais do que isso. Quem lê o jornal O Globo constatará o mesmo.
Linha de Passe, da ESPN.
No da ESPN houve intenso bate-boca entre os jornalistas Paulo Vinícius Coelho e Mauro Cezar Pereira. infelizmente os comentários de ambos carecem de mais embasamento. Vamos esclarecer alguns pontos comentados pelos jornalistas:
1 - "O problema de salários atrasados começou no ano passado."
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O polêmico protesto dos jogadores |
Não, o problema não começou em 2013. Pessoas como Montenegro, que apoiaram Nininho até onde puderam, agora alegam isso como forma de autopreservação. E jornalistas embarcam. na verdade, de dezembro de 2013 em diante algumas coisas se tornaram mais evidentes, e a turma da praia perdeu qualquer pudor, decidiu raspar o tacho.
Em 2009 o Botafogo já padecia de salários atrasados. Durante a gestão Nininho, o Botafogo teve alguns momentos de salários em dia, mas em regra sempre havia algum atraso. Isso foi recorrente durante todo o segundo mandato, o da praia, e foi se intensificando com o tempo.
2 - "Seedorf foi um problema."
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Seedorf foi mal aproveitado por Nininho |
Contratações como as de Seedorf exigem um projeto específico. Em regra, o clube consegue parceiros que entram na empreitada por causa do nome do jogador. Ou seja, é um dinheiro extra, esse tipo de jogar não é pago com o orçamento normal do clube. Assim fizeram Corinthians e Ronaldo, Santos e Neymar. Patrocínios ou parceiros específicos. Porém, se confirmado que não havia parceria e o Botafogo arcava com o salário integral, então pode se tornar um mau negócio se o Botafogo não conseguiu aumentar receitas no período, seja com o marketing ou valorização da marca. De qualquer forma, a questão não é a contratação de Seedorf, é a gestão. Antes dele o Botafogo já tinha problemas mesmo com elencos medíocres. O mau gestor não consegue pagar o salário de 1 milhão nem o de 1 mil reais.
3 - Engenhão
Sobre os recorrentes comentários de Mauro Cezar Pereira contra a viabilidade do Engenhão, isso é tema para outro texto.